sexta-feira, 22 de abril de 2011

MÚSICA DE MENINA

                   E lá vem ela outra vez...

...rasgando caixa frágil  de memórias,
brincando de roda,
cantando da infância as histórias.
Canta menina,
canta que eu ouço,
e te espero à noite no portão.
Canta a música de pai,
Canta o encanto feiticeiro de filha.
E embriagada dessa nostalgia
faz dormir a mulher que,
 assim embalada, desperta-se de novo em menina...
E ela brinca, e é dona de felicidades
Ouvindo e dançando a música
que despedaça e espalha
com seus passos
em mil compassos de ninar
por entre ouvidos descrentes de magias.
E o canto de pai,
namorado de portão,
que fazia da menina a mulher,
hoje traz
para a mulher, a menina,
que rodopia tresloucada de emoções
e sabe bem ouvir os recados desses barulhinhos
vindos de dentro de corações...

segunda-feira, 18 de abril de 2011

METÁFORAS


Nos arredores das metáforas,
abismos polissêmicos
fervem provocações
atando nós e desenhando enigmas.



Obscuro escuro-claro
mar sinestésico.


A metáfora é a
meta do poeta...
É faca afiada
retalhando a razão
em pedaços azuis
de mar profundo 
e fim de céu vermelho estrelado...
Poesia  do avesso, marginal,
do avesso da alma
gritando evasão e exceção...

Metáfora exorcista...
Explode e remete
pra  fora
o do lado de dentro...
Pretensa intenção de revelar-se
em profusão de sentidos
as loucuras insondáveis:
provocações, nós e enigmas ...

Para minhas alunas do COC e amigas leitoras desse blog, Ana Laura e Alexandra...E para os meus amigos e blogueiros Sandro Ataliba e Thaís...
Ai as metáforas...

domingo, 10 de abril de 2011

FLOR MORENA


Flor morena,
Plantada em céu de boca,
Cheirando a jasmin...
Meia história do sem-fim,
De boca em tatuagem
E de marcas no corpo
Em rotas de labirintos
De saudade ou nunca mais.
Peco por quereres,
Imploro por poderes
E contemplo-te,
voando em outros jardins,
E chamo teu nome carmim.
Ardo em febre e sou delirante desassossego...
Visão onírica, helênica,
epopeia de mim
com heroína-deusa-humana
Exaltada em cantos e vitórias
De jardim secreto.
Saga e miragem particular,
Inatingível flor morena
Contada em versos de bocas...
Meu tormento de céu de jasmin.

terça-feira, 5 de abril de 2011

RAÍZES E ASAS


O vento na cortina
É um prenúncio
E o pretexto pra divagar
E juntar pensamentos
Numa ordinária rotina
Provocante e atrevida.
Lá fora,
O vento voa com as folhas
secas de outonos
brincando de ciranda
No terreiro.
Sendo, porque foi,
Em reverência
Ao que há de vir...
Raízes e asas,
Unindo o que passou
E o que há de  desvendar-se ainda...
Unindo o  aqui de dentro
Com o lá-de-fora-de-mim...
Extraordinária arte de juntar
o tempo em histórias
e poetar a vida em escrevências
Que me dão asas,
Porque me sei raízes...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

MINHA TORRE DE BABEL

                     
 Seus olhos passeiam
pela minha Torre de Babel
Como num ritual.
Eles não me deixam certa.
Não. Não me deixam.
E dali, bordo meus desejos de amplidão,
Estendo as mãos,
E não são estrelas que eu toco,
Mas sinto ganas de alcançá-las.
É turbilhão que move meu centro,
Meu lado,
Meu meio e meu fim.

Sou processo
E na trajetória, devoro sonhos
E me agiganto alimentada.
Um dia desses,
desse meu terraço mito,
alcanço o meu lógico céu,
E os nossos olhos contemplarão
Lendária construção de vida,
Rastros bordados se alando
Por entre as estrelas
Das estradas que trilhei,
Até chegar aqui... .
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