terça-feira, 2 de julho de 2013

CONTRARIAMENTE

Há falta...E eu me farto sendo tua,
em lugares incomuns de ser e ter...
Olhos de garfo e faca,
Ligeireza que me consome em exaustão.
Sou tua fome e tua gula.
Sou o teu medo e tua audácia.
Sou o teu sagrado que profana altares
de milenares imposições indiscutíveis e indecifráveis.
Sou fada que vai à caça
e bruxa queimando em fogueiras de inquisição.
O querer e o repúdio...
Sou maçã na testa: a roleta:
vida ou morte.
Contrariamente então, ao que almejas
sou profusão em teu sangue
e transbordo dos teus contornos
para plenificar-me NAS SUAS ENTRANHAS...
Irreverentemente, uma das minhas façanhas.

sábado, 5 de janeiro de 2013

CHAMAS

CHAMAS:
Beco. Sem saída...
"Mãos na parede.
Você está presa."
E suas mãos me revistam,
e me reviram.
E seus olhos fuzilam os meus...
E cega, minhas mãos buscam, tateiam,
E se agarram, e,
desafiando as leis da física,
instintivamente nossos corpos
ocupam o mesmo lugar no espaço,
pequeno, frio, sem saída.
E num ímpeto,
minha voz CHAMA seu nome
num delírio onírico...
E acordo.
Um sonho...
Desses de uma noite de verão,
quando tudo , literalmente,
queima em CHAMAS...

sábado, 18 de agosto de 2012

ATROPELANDO PÁSSAROS

E assim, transformou
o impulso de querer voar em arte...
Tatuou marcas na pele
e carmim no peito
depois de esculpir 
contornos desenhados
minuciosamente à mão...
E viveu com o peito aberto
pra não explodir 
e espalhar seus exageros ...
E foi assim...
Misto ébrio de esculturas
De cores todas e artes mil...
E beirou o abismo breu
pela mania de céu de anil ...
E foi assim...
Depois saiu por aí
atropelando pássaros
em delírio de artista febril...


segunda-feira, 2 de julho de 2012

ESTIO


Quero estiagem interrompida,
Tempestade louca no deserto...
Mas sou covardia de seca no sertão,
Provocando morte no meu coração.
Sou falência múltipla de sonhos,
amnésia de solidão,
sou caos e embaraço,
sou dúvida e indecisão...
Sou vontade escancarada
depois perda e frustração...
Sou nada,
sou solo seco...
Incerteza, sou solidão...


sábado, 28 de abril de 2012

PALAVRA PROFANADA


Espelho quebrado
Em mil reflexos ,
Distorcendo a visão míope
Do que já não era certeza.
Não sei se vejo,
Se vejo não sei...
Caminho ofuscada
Pela palavra profanada
Que um dia fizemos nascer,
Parida na mentira de mãos e olhos
E do som da voz de promessa
Da voz cúmplice sacramentada em nós...
Segredável...
Aqui, 
Jaz a poesia da promessa imaculada...
Não sei se tenho...
Se tenho não sei.

sábado, 31 de dezembro de 2011

NUANCES DE FIM


Dos rumores convictos,
os nuances de fim.  
Beleza, tragédia, melancolia.
Provocante...Misterioso... FIM.
E eu quero lembrar saudosa.
TUDO. 
E daí virar pássaro , avião.

Qualquer coisa assim
arrebenta dentro do meu coração.
Quero sentir o vento,
o amor, o prazer,
sentir culpa, pena, dó...
O pó e o suor misturados
virando pedra no sapato
e seta procurando alvo.
Eu quero embichecer,
qualquer bicho meio borboleta, meio lagarta,
que  teça acabamentos e arremates cintilantes, 
para quando a cortina se fechar
e a luz se apagar
eu exploda em luzes novas,
metamorfoseadas de MIM...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

FALA...


O meu olhar dialoga...
Fala.
O que pensas e silencias
é faca de dois gumes.
Fere a retina
e distorce a visão...
Priva da plena contemplação
do reflexo um do outro
nos nossos olhos ávidos de paraísos...
Vem, fala...
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