sábado, 26 de março de 2011

INTRUSO


Intruso,
Invadiste meus sonhos à noite.

Prendeste meus cabelos molhados
com pirilampos iluminados
colhidos em relva orvalhada,
suor perfumado de possuir-te;
só para soltá-los depois...
Fitaste meus olhos, 
descortinando-me em completude
De noites de mar.
Com mãos e lábios.
Torturaste meu corpo...
E fui fada alada, sobrevoando mares,
alçando voos de prazer...
Voar?  Voei!
Loucuras de poeta.
Voei de braços dados com a brisa
Passeando por estradas de beira mar
até entrelaçar-me embaraçada no teu peito.
Num vai e vem de infinitudes,
ondas de esperas e aquarelas,
contei-te os segredos e os pecados:
a boca molhada encostada no teu ouvido,
sussurrando palavras de maré cheia,
sons distraídos de impudores e promessas.
Sonhar? Sonhei!
E agora, descanso sonhares
à sombra de minha poesia
e, volta e meia,
acordo com a boca cheia d'água
olhando teus olhos,
ao som do mar de noite
e aos sóis de sal e areia...

sábado, 19 de março de 2011

ESSÊNCIA DE MIM...

Alegria avermelhada de pôr-de-sol
em labirintos ritmados de ir e vir
depois de arder um dia mais...
Vez ou outra anoiteço,
sou caos inadequado.
Outras,
em amanhecimentos indomáveis,
novamente desperto
diluindo minhas essências
em nuvens aquareladas
de céu diverso e particularmente infinito.
Voar-te me enfeitiça.
Contemplar-te é assustadoramente descoberta
de que tudo que aqui cabe,
sem sobrar demais
ou apertar,
me aflige...
Vou colorir-te então,
para além horizonte
em arco-íris reticente,
exaustivamente sem fim,
nessas palavras-vestígios:
tempestiva essência de mim.

segunda-feira, 14 de março de 2011

SERIA?


E dentro da minha alma, ainda,
a tua face silenciosa e séria
de riso áspero de fim de céu.
Seria mesmo uma mulher séria
cujas mazelas nunca mereceram perdão?
Ou seria uma mulher séria
que não teria mazelas
nem tão pouco ilusão?
Não ousarei julgar-te a sóbria solidão,
nem serei de ti sombra ou projeção.
Minha verdade é minha opção
E séria é a minha decidida fascinação,
de céu inteiro, de amplidão,
de riso solto em mar de constelação.
É essa minha alegria escandalosa
que vai por aí rabiscada
numa trilha de estrelas desenhadas
unindo versos 
em cordel de canção,
 Seria assim completo meu eu universo:
 Miscelânia séria de imensidão.

Para minha amiga Malu e minhas alunas e companheiras de Literatura da Pedagogia...Sérias?...

terça-feira, 8 de março de 2011

EM CANTOS...

Um canto quente
pra minha amplitude voraz.
Quero-me ostra inquieta
para transgredir-te secreta,
e que ninguém me encontre
antes do sempre acabar...

Um canto envolvente
pra bem alto escutar,
com voz forte e provocante
que cala medos e segredos
mas expõe  alma e olhar,
para atormentar-me os sentidos
e fazer-me versejar...

De canto embriagada
em cantos de segredar,
Eu, ostra inquieta e encantada
me escondo e me farto
permitindo-me desejar ...

sábado, 5 de março de 2011

RISCO DE MULHER

 
Um risco
E a vida...
Das entranhas de Evanira.

Um risco, 
um rabisco  na alma do criador.
Um traço desenhado e forjado 
em mãos de escultor.

Um risco...
Descobrir-se ávida em flor de emoção...
E em fruto de bem e mal arriscar-se
E ceder-se à tentação,
Tentação que marca e risca e cobre
o corpo, a alma e o coração.



Um risco, um traço
e a vida de novo em profusão
descobre-se de novo num abraço
em plena e nova e infinita subversão...

Flor das entranhas de Evanira:
Seu jardim agora é seu espaço...
Seu passo é música alta do seu compasso.
E  nos seus braços, todos os seus nós e os seus laços ...

O risco...Ou o rabisco?

E assim, das entranhas de Evanira
descobre-se então o milagre que traz à luz,
a fascinação que brinca de cor,
e a magia poderosa que cobre qualquer dor...
Das entranhas de Evanira
A MULHER e os seus riscos...
A mais misteriosa flor em alma de rabiscos.

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