domingo, 27 de fevereiro de 2011

AMAR-ELO

AMAR-ELO!

Alcançar felicidade enclausurada
em torre de castelo...
Sentir o céu
na ponta dos dedos
e tocar o firmamento
sob o olhar do sol e do medo,
vencido, enfim, pelo dom do 
teu encantamento.


Viver ardentemente
 de amarelo cintilante
e de olhar escaldante,
em movimentos de raios convulsivos 
 aquecer vontades e magias,  
de vinhos, de amores e de fantasias.


Morar na tua casa-sorriso
de dourados radiantes
onde minha paz tem morada,
e no calor provocado assim
pela tua pele nua arrepiante,
onde meu corpo faz pousada...


Misto de insanidade
e decisão.
Sem exigências
ou explicação.


Tal qual borboleta agressiva
cedendo às maçãs douradas.
 E se faz viva
e se faz encantada.
E trai seus votos, 
e conhece o amor.
Amor de elo,
em pleno elo de  amor.


Conhece e vive enfim
o amor meu de amarelo,
o meu mistério mais belo...


AMAR-ELO...





segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

AQUARELANDO ESTRELAS

Abriu as mãos...
A ventania espalhou o perfume
e a miscelânia colorida aquarelou estrelas.
E o amor foi poeira que sufocou respirares
e fez reluzir olhares.
Brilho intenso que contaminou
e nos cegou de encantares...
Encanto de céu brilhante
e corpo bailante,
de estrelas flutuantes em olhos
de marejar.
Estrelas de soprar, de guardar
e espalhar...
Para aquarelar o teu ficar,
e depois, num ritual de encantar
 recolher tudo de novo e pendurar
num fio bem estrelado e bem esticado
entre o meu céu e
a estrela mais linda de se namorar,
a estrela mais linda de se aquarelar:
simplesmente,
 o teu olhar...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

REVELAÇÃO DE NÓS

Contei segredos para os meus botões,
esparramei-os um a um em emoções.
As rendas transparentes do decote
desnudaram-me a alma
e revelaram-me os vermelhos todos
de pudores e amores...
Mas os segredos emaranhados
de mim foram-te afrontas...
Vieste, então, desfazer-me as tramas 
e ponto a ponto alinhavar-me 
entre teus escombros...
Enfeitar-te...
No início tive medo
depois comecei a sorrir
ante a aparição de todo dia...
Esperava...
Os laços de nós,
sem emaranhados ou nós.
Um dia bordou na pele, CUMPLICIDADE...
Não arrematou, virou FELICIDADE...
E ficamos assim, vestidos pra sempre
das revelações provocantes
de decotes e olhares...
E dos outros; os mal-falares:
de toda essa nossa estranha, profana 
e indecifrável LIBERDADE.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

DO LADO DE CÁ...


Venha sempre.

Quando quiser.
Estude estrategicamente
meus traços-enigmas,
minhas letras-mistérios.
Decifra-me, se puder.
Mas, venha.
Sempre que quiser.
Há de encontrar-me
nas minhas palavras
vestidas de casa?
Ou estarei eu
no meu silêncio desalento?
Não. Não te iludas.
Nem aqui, nem lá...
O meu lugar, hoje,
é do lado de cá...
Onde, definitivamente,
a minha verdade está.
Não insistas em
Querer atravessar-me.
Só existe uma chave:
e ela é a minha arte...
Nela, dialeticamente,
nada se transpõe
exatamente
porque tudo se expõe...
Sem travas,
Nem trincos,
Nem tramelas...
Apenas venha.
E observa-me
pelas frestas das minhas janelas...

sábado, 12 de fevereiro de 2011

ADVIDA

Aflição...
Não sei bem por onde anda meu coração.
Embriagado ainda com a última canção?
Roo as unhas todas
e ensaio loucuras
perdida no horizonte do meu quarto.
Não sei bem se me arrependo
ou se me embriago e me farto.
Não sei se me protejo
ou se, de novo, me derramo e me reparto.
Só sei dos olhos...
Do atrevimento intolerável
e do charme infalível
que me convida.
Adivinha?
A brindar à vida,
a brincar de vida.
ADVIDA...
Então venha...
Seja bem-vinda...
Me faz criança outra vez
acolhida na insensatez...
E vivo...
Vivo  na constatação
da vida juntinha, agarrada ao coração.
Sou de novo menina
insensatamente descoberta
brincando de vida atrevida.
Mas venha...
Regado a vinho seco
ou suavemente eu
vira tudo do avesso
e  vem ser meu...
Vem,
e brindemos de novo...
E seja muito bem-vinda,
vida...
ADVIDA...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

PROMESSA CÚMPLICE

A saudade ensaia seu destino,
Vela atrás das portas...
É sabor que atormenta os lábios,
Cheiro que  atormenta  o corpo.
O futuro me espreita a cada manhã.
São desejos que evocam imagens do passado,
cristalizadas ao sabor do tempo
que escorrem por entre os sonhos
de possuir-te que ainda não esqueci.
O efêmero converte-se em eterno.
Não apenas os sabores fulgazes
que saboreei no tempo exato
de cada estação
e que ainda recobrem meu corpo ávido
 e alma inquieta.
Não apenas os odores das frestas
dos meus encantamentos e assombros
que entorpecem todos os meus sentidos,
numa sinestesia mágica de prazer e dor..
Distraída e desassossegada
sonho-te meu,
agarrando-me às lembranças atrevidas:
audácia e prazer.
Sonho-te meu
no afã da promessa cúmplice
e dos enigmas alados da saudade
que ainda não desvendei.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

TEMPO BREVE

O tempo é breve...
Mais breve é o tempo cúmplice
Do encontro do olhar.
Mais breve o tempo breve
Que vai crescendo
No tempo do nosso beijar,
No encontro dos corpos indomáveis,
Na ânsia do não findar.
Nem sei se faz sentido
Ou se pode explicar
Essa desordem do tempo breve
E da eternidade de  amar.
Achados e perdidos.
Alma prolongada de desejos,
De infinitudes e incompletudes
Ansiosas e efêmeras.
A dual delícia
Da busca pelo sempre
Que é nada
Perto da vontade de tudo.
Prolongo-me então em sentir apenas,
Sem mediocridades a rondar,
Só a beleza insuportável e indescritível,
A esplêndida sensação contínua,
Da brevidade que se repete
Eternamente no desejo
De começar de novo o bom da vida.
Se breve for então,
Que seja instante por instante,
Na eterna encantação de amar.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

CONTENTEZA


Belo dia
a meninazinha apareceu...
Não fez charme, não fez drama,
foi devagar tecendo sua trama.
Foi charme atrevido
bem tramado e enredado,
e sem se fazer de rogado
foi ficando embaraçado.
Foi chamego caprichado,
o beijo pra lá de adoçado
o abraço bem apertado
e o amor bem caprichado.
Era improviso no olhar,
no toque de arrepiar,
nas palavras cochichadas
nos ouvidos bem pegadas...
E de espantos a encantos
essa menina encantada
com sua vozinha de mar
sempre sussurrava devagar:
"Menino, menino,
minha contenteza é o teu olhar...
De dengo desmanchando
juntou olhar, falar e tocar
e bem depressa respondeu:
"Vem, me dá logo o teu contente, menina,
que eu também te dou o meu..."

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

MÁGICA DE MIM

Tirei cores do meu sorriso
como um pahaço que se despede,
pintei minhas palavras
de um vermelho que não se mede,
fiz sorrir a plateia
como ávida criança ,
depois mudei de ideia
e chorei lembrança e esperança...
Mágica de mim,
rodopiei tirando luas da cartola,
tocando velhas músicas na vitrola,
oferecendo balas e mariolas...
Como trapezista atrapalhado
andando na corda bamba desafinado,
inventei o meu reinado
e as notas dessa ciranda,
num ritual inacabado...
Finda-se o espetáculo...
A cortina desce...
As luzes se apagam...
E eu volto nos amanhãs,
trazendo  da minha viola
sonhos e mais sonhos
das minhas mais insinuantes
e mágicas manhãs...
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