Desenhava sóis nas janelas
para enganar noites frias...
Esculpia sorrisos em papel machê
e pendurava-os em cantos de bocas...
Num ritual.
Discretamente,
esparramava seus paraísos por perto.
Perto. Não óbvios.
E sublinhava olhos de vê-los
com lápis de cor colorido
tal qual arco-íris de promessa,
que decifra enigmas.
E ventava esparramando
de presente o cheiro bom e incerto de futuro ...
O que passava, apagava...
Num ritual...
Não tinha tempo para ser triste.
Ser feliz lhe consumia o tempo de viver sua arte
de desenhar sóis nas janelas
para enganar as noites e os frios todos.